Covid mais letal nos pobres O coronavírus contamina a todos, sem distinção, mas, na prática, é mais letal entre os pacientes de classes sociais mais baixas. Uma pesquisa inédita do Ipea citada pelo jornal O Globo mostra que 79,6% dos 6.735 óbitos registrados no Rio de Janeiro até o dia 13 de junho ocorreram nas áreas mais pobres da cidade, a maioria longe da Zona Sul, Barra e Grande Tijuca, que têm Índice de Desenvolvimento Social (IDS) mais alto. Mesmo tendo mais idosos, principal grupo de risco para a doença, essas regiões com população de maior poder aquisitivo tiveram uma taxa de letalidade média de 10% - metade da registrada nos locais mais carentes, de 20% em média. Os pesquisadores dividiram os 162 bairros do Rio em cinco grupos, de acordo com o IDS, que leva em consideração oito indicadores, como educação, renda, acesso a água e esgoto. O melhor resultado (nível 5) foi encontrado na Lagoa e o mais baixo (1) em Acari, na Zona Norte. Após cruzarem os dados epidemiológicos disponíveis com o IDS, eles chegaram a um retrato do comportamento da doença. Foi possível descobrir, por exemplo, que, a letalidade (quantidade de pessoas que morrem dentro do universo de infectados) foi praticamente a mesma nos grupos 1 e 2 (que incluem a maioria dos bairros das Zona Norte e de parte da Zona Oeste): de 19,6% e 20%, respectivamente. À medida em que o indicador melhora, a taxa cai - para 17,85% e 16% nos grupos de bairros 3 e 4 - até despencar para 10% no grupo 5, que reúne as regiões mais ricas do Rio.
Incluída em: 01/08/2020 - 08:13
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