A ciência vai sair fortalecida Há quatro meses, o doutor em epidemiologia Pedro Hallal luta em duas trincheiras. A primeira é a da pesquisa, à frente do Estudo de Prevalência da Covid-19 (Epicovid-19), o maior levantamento nacional sobre a propagação do novo coronavírus, que monitora letalidade e perfil de sintomas em 133 cidades por meio de testes de anticorpos e entrevistas. A segunda é a da defesa da ciência como política pública, diante da redução de investimentos e de ataques dos negacionistas.
Reitor da Universidade de Pelotas, Hallal atendeu a um convite do governo do Rio Grande do Sul em março e aceitou coordenar um estudo estadual da doença. Logo o vírus soaria o alarme no país e a pesquisa ganharia alcance nacional, com recursos federais. Os agentes saíram a campo e enfrentaram desde agressões a prisões pela polícia, percalços dignos dos vividos pelo sanitarista Oswaldo Cruz no início do século XX. Agora, o Epicovid-19 tenta recompor verbas para continuar depois que o Ministério da Saúde anunciou a não renovação do apoio.
Incluída em: 07/08/2020 - 09:22
Voltar
|